O que aconteceu nos estádios da Vila Belmiro e de São Januário nas partidas dessa rodada do Brasileirão sinalizam para a urgência da adoção de providências definitivas para acabar de vez com a violência descabida que vem imperando no interior e nos arredores dos estádios, nas sedes dos clubes e nos seus centros de treinamento.

É preciso reconhecer que até agora a sociedade brasileira tem sido extremamente incompetente e está assistido inerte ao agravamento progressivo do problema.

Não podemos mais admitir que derrotas esportivas acarretem agressões de elementos que se julgam no direito de punir atletas, membros de comissões técnicas e dirigentes com violência física.

Temos que reconhecer que as soluções paliativas até agora adotadas não apenas se revelaram infrutíferas, mas também estão contribuindo para estimular novos episódios de violência.

Com efeito, a cada vez que se verifica um novo episódio de agressão, a reação vem sob a forma de interdição de estádios, perda de mandos de campo e de proibição de torcidas organizadas.

Ou seja, pune-se o CNPJ de clubes e de associações de torcedores, enquanto os agressores contumazes permanecem impunes ou sofrem sanções cosméticas e totalmente desproporcionais ao delito cometido.

É imperioso que se trate episódios como os de São Januário e Vila Belmiro como aquilo que eles realmente são. Sob pena de comprometer definitivamente a credibilidade do futebol e a integridade física dos atletas e de todos aqueles que trabalham nos espetáculos esportivos.

Estaremos esperando que aconteça uma tragédia? que haja a primeira morte de um atleta durante uma competição ou treinamento?
Tenho certeza de que nossas autoridades policiais e judiciárias possuem amplos conhecimentos e podem agir para erradicar esse mal, a exemplo do que já foi feito em outros países.

É preciso identificar e punir cada um dos agressores, que jamais poderão ser tratados como torcedores. Torcedor sou eu, somos milhões, somos aqueles que são atingidos por essa vergonha, nunca os culpados.